A partir de hoje, está disponível no catálogo da Netflix a coprodução argentino-espanhola, Rainha do Carvão, que já foi exibida nos cinemas desses países ao longo deste ano.
Da realidade à ficção
Rainha do Carvão — “Miss Carbón”, em seu título original — é um longa-metragem baseado em fatos reais. Através de sua protagonista, o filme apresenta a história de Carlita Rodriguez, a primeira mulher trans a trabalhar como mineradora na cidade de Río Turbio, localizada no sul da Argentina.
Nesse contexto, a obra retrata uma dupla conquista da personagem principal: por um lado, a afirmação e o respeito ao seu direito à identidade de gênero; por outro, a quebra de uma lógica machista e patriarcal, na qual apenas “homens” podiam trabalhar dentro de uma mina.
Contexto
O filme retrata um momento fundamental na trajetória da protagonista: a sanção da Lei de Identidade de Gênero na Argentina, em 9 de maio de 2012. A legislação reconheceu a identidade de gênero como um direito humano, permitindo a retificação registral de nome e sexo de acordo com a autopercepção, sem patologização, além de garantir o acesso a tratamentos de saúde voltados à adequação corporal.
Elenco e equipe autoral
Lux Pascal (Amores Materiais) interpreta Carlita Rodriguez e conta com a participação especial de Paco León (A Casa das Flores, Kiki: Os Segredos do Desejo). O elenco é completado por José Román, Laura Grandinetti, Romina Escobar, Simone Mercado, Federico Marzullo, Gabriella Pastor e Agostina Inella.

Natural da Patagônia argentina, Erika Halvorsen assina o roteiro do filme ao lado de Mara Pescio. A história foi desenvolvida a partir do encontro da roteirista com a verdadeira Carlita Rodriguez, durante uma edição da Festa Nacional do Carvão. Já a direção ficou a cargo de Agustina Macri.
História em primeira pessoa
Antes da estreia nos cinemas argentinos, a verdadeira Carlita Rodriguez concedeu diversas entrevistas, nas quais compartilhou detalhes da experiência que inspirou o filme. A seguir, um breve registro de uma delas, em espanhol.