O primeiro filme do Godzilla foi lançado em 1954 por Ishirô Honda, uma metáfora para os ataques nucleares no Japão em Hiroshima e Nagasaki.
Os filmes do Godzilla mudaram muito conforme os anos, começando como uma crítica contra os ataques nucleares para brigas de Kaiju e um protetor da terra. Ainda mais com os recentes filmes do Monsterverse da Legendary, onde o Godzilla é um monstro que derrota outros para proteger a natureza.
Porém o recente lançamento de 2016, Shin Godzilla, que retoma a verdadeira crítica do monstro, ainda mais aterrorizante. Com certeza Shin Godzilla é a versão mais assustadora e brutal do personagem, mesmo com o mais recente lançamento de 2023, Godzilla: Minus One, que foi um grande sucesso.
Shin Godzilla foi o primeiro reboot da Toho a começar o personagem do zero. Neste filme ele é um animal irracional que fica destruindo tudo pela sua frente, atacando quando se sente ameaçado e em constante evolução durante o filme.
O filme marcou uma transformação no cenário cinematográfico japonês. Com o passar dos anos, Godzilla consolidou sua própria saga, transformando-se em um dos ícones favoritos do público japonês.
Entretanto as produções subsequentes passaram a adotar uma abordagem mais descontraída e Godzilla tornou-se emblemático para confrontos entre monstros gigantes, com roteiros que exploravam uma atmosfera mais inocente e leve.
Diante do sucesso da Legendary Pictures com o filme “Godzilla” de 2014, a Toho enxergou uma oportunidade para resgatar a essência que o monstro havia transmitido em 1954. A visão da Toho Pictures diferia da abordagem da Legendary, enquanto os americanos buscavam sequências de ação e batalhas épicas entre monstros, os japoneses ansiavam pelo retorno do personagem à sua forma original, na qual o monstro aterroriza o país de maneiras diversas. Assim, surgiu Shin Godzilla.
A versão mais aterrorizante do Godzilla
Lançado em 2016 dirigido por Hideaki Anno (Neon Genesis Evangelion) e Shinji Higuchi (Ataque dos Titãs). Após um incidente envolvendo um iate, a guarda costeira japonesa detecta uma atividade incomum nas águas. Os líderes políticos são convocados para adotar medidas emergenciais, porém, são surpreendidos ao descobrir que a origem é uma colossal criatura nunca antes vista, que avança em direção à capital.
A perspectiva renovada nos transporta para o interior dos modernos arranha-céus japoneses, onde acompanhamos os políticos agindo rapidamente para proteger o país. O protagonista, Rando Yaguchi (Hiroki Hasegawa), vice-chefe do gabinete, lidera a criação de uma força-tarefa dedicada ao estudo da criatura.
O filme é bastante político e isso que agrada tanto nele. O Godzilla é a ameaça e torcemos para os humanos conseguirem derrotá-lo, vemos como funciona o sistema Japonês para combater esse tipo de ameaça e a grande burocracia para tomar apenas uma decisão.
As conexões com o acidente nuclear de Fukushima e o tsunami em Tohoku em 2011 são tão marcantes que a presença icônica de Godzilla não obscurece a percepção das filmagens, quase assemelhando-se a registros documentais.
Elas retratam de maneira contundente os horrores vivenciados pela nação japonesa, ecoando o modo como o clássico abordou os ataques nucleares. Shin Godzilla está disponível na HBO MAX e PRIME VIDEO.
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