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The Circle – A liberdade digital e o aprisionamento da exposição constante

Em The Circle (2017), uma produção adaptada e baseada em The Circle, de Dave Eggers, dirigida por James Ponsoldt, a inovação assume um caráter extremamente preponderante. Numa tentativa de estar entre as pessoas mais influentes do mundo no ramo da tecnologia, Mae Holland (Emma Watson), é contratada para assumir um cargo no que seria a maior empresa da área, responsável por conectar e-mails, atividades cotidianas, contas de seus usuários em um único lugar, facilitando ainda mais a utilização das redes pelo usuário. Numa perspectiva de que aquilo seria capaz de mudar sua vida, Mae começa seus trabalhos como alguém extremamente distante de qualquer rede possível, não sendo apegada a exposições ou coisas do feitio em suas mídias digitais. Convencida pelos funcionários que para sua qualificação essa conexão é necessária, Emma trás brilhantemente o fraco desenvolvimento da personagem de forma tímida, mostrando de maneira positiva os frutos daquele trabalho tão libertador. 

Abordar uma temática com caráter distópico na atualidade é criticar diretamente hábitos e relações cotidianas. Não diferentemente, Mae traz a perspectiva de uma personagem com pouco ou nenhum entrosamento nesse meio, sendo obrigada pela própria circunstância a estar mediante toda aquela informação constante necessária para a sobrevivência e socialização, de acordo com o filme. Marcado pela promessa de liberdade, traz conceitos que tinham tudo para serem analisados sob uma perspectiva filosófica, como os limites da liberdade e quando esta passa a ser uma prisão, mostrando um caráter de supervisão constante ao longo do filme.

Com um rápido crescimento na empresa, a protagonista consegue chamar a atenção de Bailey (Tom Hanks), líder da companhia. Numa tentativa de reverter o marketing negativo de algumas pessoas que ainda se mostram resistentes quanto ao The Circle, Bailey propõe À personagem de Emma que abra sua vida completamente para o público, após perceber o grande potencial digital que aquela garota foi capaz de alcançar. Num dilema ético, mas precisando cuidar de seu pai que se encontra com a saúde extremamente delicada, Mae, sob a promessa de um plano de saúde que cuide de sua família, aceita a proposta duvidosa, trazendo para sua própria vida uma releitura do livro 1984, de George Orwell. 

Traçando um paralelo com empresas como Facebook e Apple, O Círculo nada mais é que a dramatização de programas e hábitos muito comuns para a geração atual, trazendo uma naturalidade à constante exposição, como no caso do Big Brother Brasil e outras adaptações de países exteriores. Sua narrativa explora o distanciamento da vida real, a constante exposição em troca de likes e a naturalização de questões pessoais serem expostas constantemente, mas não parece abordar essa oportunidade em criticar o meio atual da maneira que poderia. Isso deixa o espectador com um constante sentimento de angústia, ao não ver uma reviravolta que justifique o rumo da história e um desenvolvimento superficial de grandes personagens que tinham tudo para serem dignos de afeição.

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