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poster oficial da animação X-Men '97

X-Men ’97 chegou com o pé na porta – Review

A Marvel Animations deixou o mundo nerd em polvorosa quando anunciou X-Men ’97, continuação da aclamada série animada dos anos 1990, lá nos idos de 2021. Também arranjou um problemão para si mesma, pois como contrabalancear a ideia de continuar um desenho animado de 30 anos atrás e ainda conseguir agradar tanto os antigos espectadores – agora adultos – quanto novos e jovens “marvetinhos”, alimentados nos últimos 15 anos pelo MCU? Será que a animação se sustenta sem depender tanto da nostalgia?

Bem, se depender dos dois primeiros episódios, disponibilizados pela Disney+ no último dia 20 de março, a resposta é SIM.

A mim, meus X-Men

Ciclope em destaque, com os outros X-Men atrás dele, em posição de batalha, em meio a um deserto.
Ciclope e o peso de ser o novo mentor dos X-Men

A abertura da animação traz de volta o tema musical clássico (e absurdamente cativante), além de uma montagem quase idêntica à dos anos 1990, fazendo os espectadores mais velhos voltarem à infância, tomando seu achocolatado com bolachas em frente à TV de tubo para acompanhar mais uma aventura dos mutantes. Logo depois, somos apresentados ao cenário deixado no final da última temporada, lá em 1997: Charles Xavier está morto e um ano depois do ocorrido os X-Men ainda estão juntando seus cacos, com Scott Summers tendo que assumir o peso e o posto de líder da equipe. Embora o falecimento do pacifista tenha causado certa trégua política entre humanos e mutantes, ainda há uma parcela da humanidade que luta para aniquilar os providos com o gene X. E aqui começa a aventura de verdade: com Tempestade e Bishop invadindo um esconderijo dos Amigos da Humanidade. O grupo havia recém-raptado um jovem mutante chamado Roberto da Costa (para os não tão letrados em X-Men, é o Mancha Solar das HQs), e os heróis estão tentando resgatá-lo.

Comparação entre a abertura clássica e de X-Men ’97

Durante a ação, que também conta com o auxílio de Ciclope – e aqui um pequeno parênteses para enaltecer a forma incrível que a animação encontrou de mostrar o funcionamento de seus poderes mutantes –, a equipe descobre que o grupo terrorista está sob posse de tecnologia Sentinela (aqueles robôs gigantes vistos na 1ª temporada do desenho clássico e também no filme X-Men: Dias de Um Futuro Esquecido, de 2014). A partir dali, há uma busca para descobrir como essa tecnologia ainda existe, já que o Molde Mestre – inteligência artificial responsável pela construção dos autômatos – havia sido destruído anos antes.

Primeiras impressões

Wolverine correndo, com as garras para fora e carregadas com o poder mutante de Gambit, e o mutante francês em suas costas, em posição de ataque
Momento em que Wolverine e Gambit fazem um ataque em conjunto

O grande mérito do primeiro episódio é trazer cenas de ação incríveis sem deixar de lado a introdução aos personagens e cenário atual para quem pretende começar a acompanhar a animação a partir de agora. Não é difícil imaginar a quantidade de adultos que assistiram às sequências com um sorriso bobo no rosto sem ao menos perceber. Nesse quesito, a nostalgia foi perfeitamente utilizada pela Marvel Animations, sem torná-la como elemento principal da trama (o que tem sido um erro comum em outras produções recentes que utilizam do mesmo componente).

O início da libertação mutante

Ciclope em destaque, no centro, com Bishop à sua direita e Magneto voando à esquerda, todos em posição de defesa
Magneto se unindo aos X-Men???

No segundo episódio, um pouco mais introspectivo que seu antecessor, temos algumas revelações e quebra de expectativas que servem para o espectador querer morder as costas de ansiedade pelos próximos capítulos. Aqui, os roteiristas acertaram o tom do que realmente é os X-Men, tanto levando em conta a produção anterior quanto o que foi apresentado nas HQs através dos anos. E falando nas histórias das HQs, três ou quatro fatos clássicos dos quadrinhos estão presentes nesse episódio, de forma tanto implícita quanto explícita, o que com certeza aumentará o sentimento de querer saber o que o futuro reserva nos fãs old school dos mutantes.

Conclusão

Tempestade e Jean, em roupas casuais, se encaram. Jean está segurando um uniforme antigo de batalha na frente da barriga, que indica sua gravidez.
Momento onde ocorre um dos melhores diálogos de toda a história da animação dos X-Men

No geral, a produção parece ter acertado no tom: não está tão infantil quanto o predecessor (embora saibamos que, para a época, o desenho animado foi uma quebra de paradigmas), mas também é palatável para os mais novos. Alguns temas mais maduros (como o temor da paternidade), além do sempre presente preconceito e luta por igualdade e equidade, estão muito bem abordados – inclusive traçando incômodos paralelos com a atualidade (mesmo sendo uma produção que remete ao ano de 1997). Outro fator que precisa ser enaltecido é a dublagem brasileira: alguns profissionais da animação clássica estão de volta, enquanto outros novos conseguiram acertar no ponto a qualidade dos predecessores – e também méritos para o time de tradução, que conseguiu meter até um “olho no lance!” (bordão famoso do locutor Silvio Luiz) em uma cena da Vampira.

Esperança para o futuro

Todos os X-Men, com roupas esportivas, encaram alguém à frente deles, enquanto Scott olha apreensivo para um livro em sua mão.
Cena que dita o futuro da temporada

X-Men ’97 tem potencial para agradar gregos e troianos. Quem sabe, até, um exemplo de como a Marvel Studios deveria tratar suas próximas produções: com respeito aos fãs, ao enredo, e abertura para quem está começando agora a se aventurar no universo apresentado. Se continuar nessa pegada, a nova animação poderá se equiparar ao sucesso de seu predecessor. Por ora, ficamos ansiosos pela próxima quarta-feira (27), quando será lançado o terceiro episódio.

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