O primeiro Missão Impossível ainda é elegante. Simples, tenso, cerebral. A cena do cabo, no cofre branco da CIA, ainda prende a respiração. É impossível não se render. Mas também é impossível ignorar como alguns aspectos envelheceram. A linguagem visual dos anos 90 tá toda ali — e isso pode tanto encantar quanto cansar.

Já Missão Impossível 2 é outra história. É o filme que eu mais amei odiar. Palomas em câmera lenta, trilha exagerada, tiroteios com piruetas. Um delírio. Mas um delírio que tem sua graça. E, honestamente? Tem ali uma essência que me fez rir e querer continuar.
A partir do terceiro filme, tudo muda. A chegada de J.J. Abrams coloca o coração no centro da trama. Pela primeira vez, vi Ethan Hunt como ser humano, e não só como agente indestrutível. A cena com Philip Seymour Hoffman é desconcertante. Senti medo. Medo real. Foi aí que entendi: essa franquia tem alma.
E então vem o ponto de virada. Com Protocolo Fantasma, Nação Secreta e Efeito Fallout, a saga assume uma identidade mais ousada, mais física, mais visceral. A cena do Burj Khalifa, os duelos coreografados, os respiros entre perseguições. É o cinema de ação elevado ao estado de arte.

Missão Impossível – O Acerto Final não é só sobre a ação. É sobre despedida
Quando sentei pra ver O Acerto Final, percebi que já não era só um filme. Era o fim de um ciclo que eu percorri inteiro, com olhos mais maduros e um coração aberto — coisa que eu não teria feito sozinha. Tem cenas incríveis? Tem. Tem exagero? Também. Mas o mais marcante, pra mim, foi o tom de despedida sincero e bem construído.
O filme não se sustenta apenas em explosões. Ele entrega:
- Uma direção segura.
- Momentos de silêncio poderosos.
- Conflitos emocionais bem amarrados.
A trama tem problemas, claro. O roteiro se perde em explicações demais. A duração passa do ponto. Mas ainda assim, é impossível não se envolver. Porque quando você assistiu tudo, quando conhece cada traço do Ethan Hunt, cada perda, cada sacrifício… você sente.
Vale a pena maratonar tudo em 2025?
Sim. Com todas as letras: vale a pena. Reassistir à franquia hoje tem outro peso. Você não está só revendo cenas. Está reconhecendo a evolução de um personagem, de um gênero, de um ator que se jogou (literalmente) em cada cena. E mais do que isso: você se envolve. Porque a maratona não é só sobre espiões ou tramas mirabolantes. É sobre escolher se importar com uma história. Foi meu namorado quem me trouxe até aqui, mas no fim… eu fui sozinha.

Sozinha com a ansiedade no final de Fallout.
Sozinha com a lágrima no final de O Acerto Final.
Sozinha com a certeza de que, sim, Missão Impossível é muito mais do que só ação.
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