Apartamento 7A: O Lamento da Dançarina

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Prelúdio do Bebê de Rosemary

Em Nova York de 1965, Julia Garner, uma jovem dançarina cuja carreira parou após um acidente trágico, busca redenção e uma promessa sinistra de imortalidade.

A cidade, com suas ruas frias e sombrias, é o pano de fundo perfeito para essa história de terror e decadência. No centro desta metrópole corroída pelo pecado, o Apartamento 7A é um reduto de almas atormentadas, onde o tempo se transforma em um labirinto de angústia. Os inquilinos, Dianne Wiest e Jim Sturgess, se movem como espectros, seus corpos delgados e olhos vazios. Eles oferecem a Julia uma segunda chance, mas a um preço tão horrível quanto inegociável.

Os corredores do apartamento parecem intermináveis, cada porta guardando um segredo ainda mais grotesco do que o anterior. Os sussurros pelas paredes contam histórias de pactos sombrios e rituais proibidos, enquanto Julia, com sua elegância mancando, é guiada pelos anfitriões como um cordeiro para o abate. O que parecia uma chance para ela se tornar uma estrela dos palcos, logo se revela uma armadilha mortal.

Julia Garner vive o inferno

Julia Garner nos dá uma atuação aterradora, seu rosto uma máscara de terror e resignação. Seus movimentos vacilantes ganham um toque de desespero, como se cada passo a aproximasse ainda mais de um abismo sem retorno. Ela dança entre sombras vivas, seus pés descalços deslizando sobre um chão frio como gelo. Os espelhos do apartamento refletem imagens distorcidas, mostrando Julia como uma alma perdida, presa em um ciclo de tormento interminável.

A trilha sonora do filme é composta por Isobel Waller-Bridge, criando uma atmosfera de inquietação constante. Os móveis rangem como ossos quebrados, e as cortinas balançam como se uma força invisível as tocasse. Tudo no Apartamento 7A parece vivo e faminto, pronto para consumir qualquer um que se atreva a cruzar seu limiar. O filme é um mergulho profundo no horror, uma espiral descendente que nos arrasta para um mundo onde a luz nunca penetra, e os sorrisos se torcem em expressões de agonia e desespero.

O lançamento do longa está previsto para algum momento do outono norte-americano de 2024, o que significa que ele chegará ao mundo entre os meses de setembro e dezembro. O que antes estava planejado para um grandioso lançamento nas telas dos cinemas agora se converteu em um sinistro movimento: a estreia será direta no serviço de streaming Paramount+.

Prepare-se para o outono mais sombrio, onde as folhas não apenas caem, mas se desfazem em poeira ao tocar o chão. O filme que prometia ser um espetáculo para as massas agora é uma experiência mais íntima, porém muito mais assustadora, destinada a invadir a segurança dos lares e causar arrepios à luz do monitor. Os corredores do streaming são infinitos, e as sombras, mais profundas do que nunca.

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Helena Crestan

Helena Crestan

Trans, musicista e graduanda em Jornalismo. Amante de café e apaixonada pela escrita. Uma alma sombria que encontra beleza no macabro e no imperfeito

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