Château d’If: Um passeio entre a realidade e a literatura

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História

No sul da França, na baía de Marselha e integrada ao Arquipélago do Frioul, encontra-se a ilha de If. Construído entre 1524 e 1531, durante o reinado do Rei Francisco I da França, o Château d’If foi projetado para proteger a cidade portuária de Marselha contra ataques marítimos.

A partir do século XVII, o Château foi convertido em uma prisão “ocasional”, sendo apenas para deter prisioneiros em situações excepcionais. As condições eram severas. Nas masmorras escuras e úmidas, os prisioneiros raramente sobreviviam por mais do que algumas semanas. O térreo era destinado a prisões coletivas, onde havia mais luz e um tanque de água no pátio1. No primeiro andar, encontravam-se as celas privadas, onde os prisioneiros mais ricos podiam melhorar suas condições mediante pagamento.

1Pátio interior. Fonte: Martins, 2022.

Inspirado pelas histórias e atmosfera sombria do castelo, Alexandre Dumas escreveu seu romance “O Conde de Monte Cristo”, que narra a história de Edmond Dantès2, injustamente acusado de traição e aprisionado no Château d’If. A obra de Dumas já foi adaptada em diversas ocasiões, e a nova versão acaba de lançar um trailer épico antes de sua exibição no Festival de Cannes de 2024.

2A cela que leva o nome de Edmond Dantès. Fonte: Martins, 2022.

Passeio

Desativado como prisão no final do século XIX, o Château d’If foi posteriormente aberto ao público, tornando-se uma das atrações turísticas de Marselha. Hoje, ao chegar ao porto antigo de Marselha, duas empresas oferecem travessias: a Calanques If (de abril a novembro), que também vende ingressos para visita ao castelo, e o Frioul If boat (aberto durante todo o ano). Os ingressos para visita ao castelo também podem ser adquiridos online, através do site do Centro dos Monumentos Nacionais da França.

Durante a travessia até a ilha, que dura em torno de 20 a 30 minutos, é possível admirar toda a costa de Marselha, desde Notre Dame de La Garde até as praias dos bairros do sul. Ao se aproximar da fortaleza branca, ela se destaca entre o céu azul e as deslumbrantes águas do Mar Mediterrâneo. Ao entrar no castelo, na recepção, encontrará disponível um folheto turístico em dez idiomas, incluindo o português. A visita a todo o complexo dura em média de 45 minutos a 1 hora e meia, dependendo do seu ritmo.

Vista de dentro do Chatêau d’If, primeiro andar. Fonte: Martins, 2022.

Dentro do castelo história e ficção se mesclam. No térreo há a cela nomeada de Edmond Dantès, com o buraco que leva à masmorra vizinha, nomeada de Abbé Faria. No primeiro andar tem uma cela nomeada de “O homem da máscara de ferro”3, que se trata de uma lenda durante o reinado de Luís XIV da França. Há a cela atribuída ao General Kléber, assassinado em 1800, no final da expedição de Napoleão ao Egito, seus restos mortais permaneceram de 1801 a 1818 na prisão, e seu melhor era Thomas Dumas, soldado e pai de Alexandre Dumas.  

3A cela que leva o nome “O homem da máscara de ferro”. Fonte: Martins, 2022.

Há muita história no Château d’If, seja nos grafites4 marcados nas paredes ao longo dos séculos por soldados, prisioneiros e turistas, ou no imaginário que deu vida a obras ilustres. Ao realizar o passeio a esse local fascinante, os visitantes testemunham a transcendência do tempo.

4Grafites esculpidos no pátio entre 1848 e 1849. Fonte: Martins, 2022.

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RLMartins

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